Foto: Romero Cruz
Comoção foi o principal sentimento que invadiu a sala de cinema do Cine Belas Artes, na manhã desta última terça-feira (28), durante a estreia do documentário Mundo Sem Porteira – um alerta contra a exploração sexual de crianças e adolescentes.
Na plateia, estavam integrantes das equipes da Umiharu Produções Culturais e Cinematográficas (realizadora do filme); da Childhood Brasil (consultora técnica do curta-metragem); das empresas patrocinadoras C&A, Gerdau e Klabin; alguns depoentes que participaram do documentário; cineastas, artistas, influenciadores; jornalistas; educadores; sociólogos; psicólogos; entre outros.
Thaís, vítima do abuso e da exploração sexual, que inspirou a criação da narrativa do filme, esteve lá na plateia, transportando das telas para a sala do cinema, toda sua força, resiliência, coragem e empoderamento, transformando sua dor em combustível para se tornar uma importante agente de combate do problema.
“O que mais me causou emoção foi relembrar que já dormi numa lixeira, já fiz ‘programas’ e hoje eu não preciso mais disso, porque estou tomando outros caminhos na minha vida. É muito gratificante poder mostrar para crianças que podem estar passando pelo que eu passei, que esse não é o melhor caminho. Eu posso fazer por elas aquilo que não fizeram por mim, quer dizer, antes que essas crianças e adolescentes se permitam ser abusadas ou exploradas sexualmente, elas podem seguir por outros caminhos”, ressalta Thaís.
Cerca de 170 participantes prestigiaram a exibição do Filme, seguida de roda de conversa, mediada por Eva Dengler, Gerente de Programas da Childhood Brasil e dos participantes Gisela Arantes, roteirista e diretora do filme; do caminhoneiro Natanael; e dos depoentes do documentário, Betânia Santos, trabalhadora do sexo e Coordenadora da Associação Mulheres Guerreiras e Carlos Alberto de Souza Júnior, educador popular.
“Quais são os valores que nós, enquanto sociedade, não estamos conseguindo construir? Eu acredito que entra a questão da família, mas também outros agentes, como a escola, a cultura, a educação, o estado, ou seja, todos têm a responsabilidade de criar esse novo valor para que a juventude tenha perspectiva de vida. Isso muda tudo”, refletiu Gisela Arantes.
No encerramento do evento, a presidente da Childhood Brasil, Roberta Rivellino, enalteceu a atuação da Umiharu, que se utiliza da arte para abordar temas socioculturais de extrema relevância, e ressaltou que o filme surge como uma importante ferramenta de trabalho para divulgar ainda mais a causa para a sociedade, em geral. “Eu falo que quem está ganhando um presente, esse ano, é a Childhood. Completamos 20 anos de existência e a Umiharu acaba de dar para nós um presente, Mundo Sem Porteira”, comemora.
O documentário já está disponível gratuitamente no Canal YouTube da Umiharu.
Quer saber como se tornar um agente de combate contra a exploração sexual de crianças e adolescentes e frear de vez os índices dessa violência, especialmente nas estradas brasileiras? Então, assista o filme: https://bit.ly/2MjmyNu.